quarta-feira, 11 de junho de 2008

John Locke

John Locke (29 de Agosto, 163228 de Outubro, 1704) foi um filósofo inglês.
Estudou medicina, ciências naturais e filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Participou da Revolução Inglesa, em 1688. Passa vários anos na França e na Holanda. Voltou à Inglaterra quando Guilherme de Orange subiu ao trono. Pai do Liberalismo e do individualismo liberal; a principal obra, Ensaio sobre o entendimento humano (1690), propõe que a experiência é a fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por esforço da razão.
É considerado o representante principal do empirismo naquele país, e ideólogo do liberalismo. É predecessor do Iluminismo. A filosofia política de Locke fundamenta-se na noção de governo consentido dos governados diante da autoridade constituída e o respeito ao direito natural do ser humano, de vida, liberdade e propriedade. Influencia, portanto, as modernas revoluções liberais: Revolução Inglesa, Revolução Americana e na fase inicial da Revolução Francesa, oferecendo-lhes uma justificação da revolução e a forma de um novo governo. Para fins didáticos, Locke costuma ser classificado entre os "Empiristas Britânicos", ao lado de David Hume e George Berkeley, principalmente pela obra relativa à questões epistemológicas. Em ciência política, costuma ser classificado na escola do direito natural ou jusnaturalismo.
John Locke fugiu para Holanda, onde conheceu Fele de Barbosa, um grande capitalista muito influente entre as indústrias de tabaco, onde testava todos os cigarros novos. Fele de Barbosa também foi um filósofo que influenciou a política. Depois da Holanda, Locke se dirigiu à França, onde participou idiretamente da Revolução Francesa, que, assim como a Inglesa, fundamentava-se princípios e ideais iluministas.
Dentre os escritos políticos, a obra mais influente foi o tratado em duas partes, Sobre o governo civil. A primeira descreve a condição corrente do governo civil; a segunda parte descreve a justificação para o governo e os ideais necessários à viabilização. Segundo Locke todos são iguais e que a cada deverá ser permitido agir livremente desde que não prejudique nenhum outro. Com este fundamento deu continuidade à justificação clássica da propriedade privada ao declarar que o mundo natural é a propriedade comum de todos, mas que qualquer indivíduo pode apropriar-se de uma parte dele ao misturar o trabalho com os recursos naturais.
Este tratado também introduziu o "proviso de Locke", no qual afirmava que o direito de tomar bens da área pública é limitado pela consideração de que "ainda havia suficientes, e tão bons; e mais dos ainda não fornecidos podem servir", por outras palavras, que o indivíduo não pode simplesmente tomar aquilo que pretende, também tem de tomar em consideração o bem comum.
Locke é considerado o protagonista do empirismo, isto é, a teoria denominada de "Tabula rasa" (ardósia em branco). Esta teoria afirma que todas as pessoas nascem sem saber absolutamente nada e que aprendem pela experiência, pela tentativa e erro. Esta é considerada a fundação do "behaviorismo".
Para Bernard Cottret, biógrafo de João Calvino, a braços com a história trágica da brutal repressão aos protestantes em França no século XVI, e a própria intolerância e zelo religioso radical de João Calvino em Genebra, o nome de John Locke está intimamente associado à tolerância. Uma tolerância que os franceses aprendem a valorizar apenas na década de 80 do século XVII, quase às portas do Iluminismo. Como Voltaire afirmou, a tolerância é para os franceses um artigo de importação. Bernard Cottret afirma: "a tolerância é o produto de um espaço geográfico específico, nomeadamente o noroeste da Europa. Ou seja: a Inglaterra e a Holanda. E ela é no final em especial a obra de um homem - John Locke - a quem o século XVII dedica um culto permanente".
As obras filosóficas mais notáveis são: o Tratado do Governo Civil (1689); o Ensaio sobre o Intelecto Humano (1690); os Pensamentos sobre a Educação (1693). As fontes principais do pensamento de Locke são: o nominalismo escolástico, cujo centro era a Oxford; o empirismo inglês da época; o racionalismo cartesiano e a filosofia de Malebranche.


Magistrado Civil

É dever do magistrado civil, determinando imparcialmente leis uniformes, preservar a assegurar para o povo em geral e para cada súdito em particular a posse justa dessas coisas que pertencem a esta vida. Se alguém pretende violar tais leis, opondo-se à justiça e ao direito, tal pretensão deve ser reprimida pelo medo do castigo, que consiste na privação ou diminuição dos bens civis que de outro modo podia e devia usufruir. Mas vendo que ninguém se permite voluntariamente ser despojado de qualquer parte de seus bens, muito menos a sua liberdade ou de sua vida, o magistrado reveste-se de força, ou seja, com toda a força de seus súditos, a fim de punir os que infringiram quaisquer direitos de outros homens.
Mas que toda jurisdição do magistrado diz respeito somente a esses bens civis, que todo o direito e o domínio do poder civil se limita unicamente a fiscalizar e melhorar esses bens civis, e que não deve e não pode ser de modo alguns estendido à salvação das almas.

Defesa da escravidão

Locke é considerado "o último grande filósofo que procura justificar a escravidão absoluta e perpétua"[1]. Ao mesmo tempo que dizia que todos os homens são iguais, Locke defendia a escravidão negra, pois, aparentemente, ele só considerava como humanos os homens livres. Locke contribuiu para a formalização jurídica da escravidão na Província da Carolina, cuja norma constitucional dizia:
[...] todo homem livre da Carolina deve ter absoluto poder e autoridade sobre os seus escravos negros seja qual for sua opinião e religião.
Ele também investiu no tráfico de escravos negros.[2]

Idéias sobre Deus

Ali colocou o homem que formara. Então o Senhor fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore de conhecimento do bem e do mal.
A Lei que devia governar Adão era a mesma que tinha de governa-lhe toda a posteridade: a lei do grau da liberdade. Tal se aplica a todas as leis sob as quais um homem vive, sejam naturais ou civis. Está um homem sob a lei da natureza? O que o liberta dessa lei? A própria liberdade.
Mas se, em virtude de defeitos que podem ocorrer no curso ordinário da natureza, uma pessoa qualquer atinge o grau da razão. O que importa simplesmente no dever que Deus e a natureza impuseram ao homem é preservar a honra e a dignidade.

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